Com o avanço na nossa legislação, muitos espaços públicos como museus e exposições de arte já oferecem obras acessíveis às pessoas com deficiência visual, através da audiodescrição. Este recurso de acessibilidade que transforma o visual em verbal, é indispensável para que as pessoas cegas também possam apreciar as obras de arte.
A audiodescrição em museus e exposições de arte pode ser disponibilizada de algumas formas diferentes, nas modalidades gravada e ao vivo, tais como:
Gravada via QRCode: o roteiro da audiodescrição é elaborado e gravado previamente. Em seguida gera-se um QRCode que será impresso na ficha técnica, junto com as informações escritas. Nessa audiodescrição pode-se incluir falas do próprio artista e curiosidades sobre a obra, além de suas características físicas e demais informações relevantes sobre sua composição imagética;
Gravada via NFC: o roteiro da audiodescrição é elaborado e gravado previamente. Em seguida o áudio é gravado em um microchip de radiofrequência que pode ser fixado na própria obra ou na ficha técnica. Basta aproximar o celular para ter acesso à audiodescrição.
Gravada via Beacons: o roteiro da audiodescrição é elaborado e gravado previamente e em seguida configurado no próprio Beacon, que é um dispositivo de geolocalização que utiliza tecnologia Bluetooth Low Energy. Com o dispositivo instalado em pontos estratégicos é possível:
- Enviar informações às pessoas que estão nas proximidades, com a programação do evento e um convite para visitarem a mostra;
- Enviar informações sobre as obras expostas naquele ambiente, com curiosidades sobre sua história e seu criador, por exemplo;
- Disponibilizar um áudio guia, com mapa interativo para orientar as pessoas (cegas e enxergantes) a se locomoverem dentro do espaço, indicando a direção correta para determinada obra;
- Disponibilizar a audiodescrição sem a necessidade de aproximação do celular à obra, proporcionando uma experiência confortavelmente autônoma às pessoas com deficiência visual / contribuindo para a autonomia da pessoas com deficiência visual.
Ao Vivo: Nesta modalidade, o audiodescritor elabora o roteiro de AD das obras com antecedência e faz as descrições diretamente para aos usuários. Nessa relação corpo a corpo, o audiodescritor pode disponibilizar as informações de acordo com o interesse dos usuários. Alguns gostam de saber curiosidades sobre a obra, com informações detalhadas sobre o artista, suas inspirações, modo criativo e etc. E outros preferem uma perspectiva mais geral e resumida. Essa interação feita de maneira personalizada gera mais envolvimento dos usuários com as obras e espaço da exposição, além de provocar uma maior sensação de pertencimento, na qual o usuário se sente verdadeiramente pertencente àquele espaço, minuciosamente pensado para recebê-lo.
Um aspecto muito importante a ser considerado ao produzir uma audiodescrição é o público que irá apreciá-la. Geralmente, pessoas que visitam museus com maior frequência, preferem uma audiodescrição mais longa e detalhada, diferente dos visitantes casuais. Se o seu objetivo é satisfazer a um público misto, deve encontrar um meio termo que satisfaça a todos. Não estranhe se vir muitas pessoas videntes (que enxergam) se interessarem pelas audiodescrições das obras. Isso é muito comum.
Pense nisso ao elaborar seus roteiros.