Censura na Audiodescrição?

banner de divulgação do filme o amante de lady chatterley. Fotografia aproximada do casal com o rosto coladinho. Eles são brancos e a mulher tem os olhos verdes.
fotografia aproximada do casal principal do filme. Eles são brancos e tem o cabelo claro. A muler tem os olhos verdes, com nariz e lábios finos.

Há algumas semanas, foi lançado o filme O Amante de Lady Chatterley na @netflixbrasil

Esse romance de época, cheio de cenas picantes e muito *vuco-vuco, é baseado em um polêmico livro lançado em 1928.

E como polêmica é algo que já faz parte dessa história, eu venho aqui trazer mais uma: EXISTE CENSURA NA AUDIODESCRIÇÃO?

Sinceramente, achei que eu nunca fosse falar sobre isso por aqui. Mas quando assisti o filme, que tem audiodescrição – AD, me senti extremamente desconfortável com o estilo de AD utilizado. Para começar, é um estilo que descreve elementos demais, foca muito no cenário secundário e pouco nas emoções e mensagens não verbais dos personagens. Utiliza uma linguagem dura e fria, que me fez questionar se aquele trabalho foi realizado por alguém com pouca habilidade descritiva ou se era o caso de uma censura inconsciente.

Sem dúvida, é um filme forte. Entendo que, para algumas pessoas, isso pode gerar algum desconforto. Mas esse é o tipo de coisa que NÃO deve acontecer na AD. Essa recomendação é muito clara em todos os cursos que conheço e todos os profissionais da área têm conhecimento.

Neste filme, o que eu vi foi uma AD enrijecida, com muita informação e pouca emoção.

Vamos combinar, quem senta para assistir um romance desse tipo (cego ou vidente), espera encontrar cenas provocantes e envolventes, com abraços calientes, beijos sensuais e cheios de língua, **“vuco-vuco” de ladinho, de quatro (com lambidas e leves mordidinhas nas costas), aquele oral que faz a personagem babar e se contorcer inteira, e por aí vai.

Cada detalhe visual que está ali, foi desenhado para transmitir uma emoção específica e a AD deve proporcionar um mergulho ainda mais profundo na história e também na estética que é visualmente apresentada. Descrever expressões de prazer como “franze a testa”, “contorce o tronco” ou “levanta as sobrancelhas” é muito pouco e vago demais para transmitir a emoção que a personagem está sentindo naquele momento.

Por aqui, vou continuar acompanhando os lançamentos e sempre que tiver algo interessante ou controverso, compartilharei aqui com vocês!

#netflix #audiodescricao

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